sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cigano meu cigano fogoso e dengoso…



Cigano meu cigano fogoso e dengoso…
Como é bom ser levada em teus braços…
De brasa ser atiçada, queimada por teu fogo…
Morder tua boca, beijar, alisar teus traços….
Cigano de olhar tristonho e febril..
Vulto adorado nas noites de insônia…
Teus carinhos lembram a cachoeira…
Debruçada… sobre a bela begônia…
Cigano meu, misto de deus e duende,
Mistério que não acaba e me prende…
É teu meu pensamento, meu corpo…
Sou feliz assim, cativa… dessa corrente…
De ti respiro… bebo vida… energia…
Me perco e me encontro em teu corpo.
Na dança sutil exalando perfume, paixão.
Vinte é quatro horas de amor… é pouco!
Cigano meu, quente, de peito macio…
Quero beber o prazer na tua taça…
Rodopiar, girar, bailar no teu arrepio…
Dar continuidade à nossa bela raça!…
Vem cigano meu, me abraça, me caça!
Sou tua para sempre, de graça!…

Marilena Trujillo 


Sou a leitura da sorte



Sou a leitura da sorte
Nas linhas da tua mão...
Sou o sentimento forte
Que te mata de paixão!

Sou sonho da madrugada
A Poesia em teu papel...
Se te olho enamorada
Te derretes... feito mel!

Sou a água que te banha
Que por tua pele... escorre...
Sou teia e sou aranha
Que te envolve e... percorre.

Sou a cama em que deitas
O lençol com que te envolves...
Sou a dor que rindo aceitas
E amando, me devolves.

Sou conhaque, sou champanha
E sou a taça onde bebes!
Sou a loucura tamanha
Que em tua loucura... segues!

Eu sou carta de Tarô
Que te decifra... e domina!
De amor te cubro, Pierrô,
E me despes... Colombina.

Com o olhar te hipnotizo
E mergulho em teus mistérios...
Mas o que adoro e preciso
São estes teus olhos... sérios.

Sou luz do Sol, sou Luar...
Sou teu céu, teu paraiso,
Me espelho no teu olhar
E dentro de ti... desliso!

Sou fada, mulher, sou flor
Da cor dos bons vinhos tintos...
Que estendida em teu amor
Percorres meus labirintos...

Sou a sensualidade
Que em ti eu decifrei.
Amor, sou tua cidade
E do meu reino... és Rei!

desconheço a autoria

Cigana feiticeira...


Cigana feiticeira... Nômade do mundo...
Olhos de menina... Corpo de mulher...
Dona de gostosos mistérios, dengosa...
Sua sorte... Nas cartas pode prever!
Sabe o quanto é amada... Idolatrada!
Está em suas mãos o doce destino...
Saltita ela... Sobre o fogo da paixão...
Não importam as pedras do caminho!
Essa cigana tanto sofreu, tanto esperou!
Pisou em tantos espinhos, tanto chorou!
Levando na alma o seu cigano idealizado...
Aquele por quem tantas vezes suspirou!...
Agora o tem perto, tão seu, tão apaixonado...
Por esse amor conspiram os deuses, o céu!
Não há mais noites tristes, solitárias e frias...
Só a paixão lançando esfuziante escarcéu!
Baila a vida, bailam suas pupilas, o coração!
São duas crianças inocentes... Extasiadas...
Vivendo um afeto impar, um grandioso sonho!
Que lhes dá asas nas belas madrugadas!...
Faz-se o dia pura alegria... As noites mil fantasias.
Vão os dois sem ver maldades e nem ninguém...
No beijo que cura todas as dores passadas, vividas!
Embevecidos, unidos nesta vida e bem mais além!
Ainda que invejados, seguem corajosamente...
Dois amantes que o mal não separa, não vence,
Não amordaça... Não cala... Não amedronta!
Esse mundo de encanto e paixão a eles pertence!
Em sussurros desconexos e febris se deitam
Revestem-se de mil fagulhas seus desejos!...
Libertam-se de todos os tolos preconceitos...
E amam-se por inteiro.. Sem qualquer pejo!...

Mary Trujillo 

Vem cigano dançar comigo,

Vem cigano dançar comigo,
A noite é mágica, quero festa!
O mundo girando
O luar brilhando
Seus olhos de mistério,
Meu corpo embalando...
Dança cigano, gira sem parar,
Não importa onde tudo irá terminar...
Hoje só quero a vida celebrar,
Numa torrente de encanto me deixar levar...
Além do horizonte, pelo ar, música
Vibrando, sangue nas veias, no meu olhar...
Que o amanhã, não exista,
Que o véu seja tirado...
Sonhemos hoje, acordados...

Mary Trujillo 

Este coração cigano


Este coração cigano
não me engana,
quer fugir livre quer voar,
andar na terra e no mar
por longa estrada, caminhar!
Sou cigana de coração
já li isto na minha mão,
vivi na poeira do caminho
tive muitos lares e ninhos!
Meus olhos vivos falavam,
crispavam feito felina,
na fogueira eu bailava,
meu nome era cigana Alina!

Marta Peres

O som do violino ia longe


O som do violino ia longe,

mais parecia lamento e dor
pela cigana amada, castanholas
enchendo o ar... Zíngaro sentia
sua presença forte, levava a mão
ao vento tentando tocar um rosto,
procurava uma boca sentindo
perfume, contorcia-se dentro
do sofrer de amor. E o homem alto,
moreno, olhos verdes, chorava
sem poder sentir o sabor dos beijos,
vagava perdido em seu destino
a procura da cigana de sua vida.
Volvia o olhar aos céus, orava com
fervor, pedia ao Pai que devolvesse
a dona do seu coração!

Marta Peres

Os olhos ciganos



Os olhos ciganos

São pérolas negras reluzentes
Carregados de mistério e desconfiança.
Olhos vívidos e expressivos
Cujo fitar revelaUma peculiar diferença
Dos olhos dos outros Homens.
Cigano não olha simplesmente
Move as pestanas e mira...
Mirada que descortina
Os mais secretos pensamentos.
Nos olhos ciganos
Há um mistério incontestável
Na estranha expressão de fitar
Que traspassa o âmago do ser
Sabedoria milenar
De um povo profético.
Os olhos ciganos 
São a marca inimitável
De um povo livre e honrado
Que nunca declarou guerra
Para ocupar terra alguma.
No mundo e com o mundo 
Os ciganos vão girando...
Recusando “o jugo da mediocridade”
Levando no enigmático olhar
O silêncio do “Saber” 
Gitano Inconfundível, intransferível...
Eterno.
...Ártemis

domingo, 23 de outubro de 2011

Nossa Língua.


Você é rica e pobre como nós.
Quando estamos tristes
você nos dá as palavras para chorar,
quando estamos contentes
você nos dá as palavras para nos alegrar
quando temos que nos esconder
você, nossa língua, nos ajuda.

Você viajou junto a nós
ao longo das estradas do mundo,
era o fogo das nossas canções,
e agora nestes terrenos insalubres
que os gagês nos reservam
você morre um pouco a cada dia, como nós.

Se te perdermos nós também estaremos perdidos.
Escutem, rapazes, escute, juventude,
os nossos velhos Sintos nos deixaram
esta bela e doce língua.
Não a esqueçamos,
ensinemos aos nossos filhos,
conservemos sempre conosco
como o único tesouro
que nos pertence.

Em romani Roraranô:



Kamáva tu
cib marí.
Tu sal bravalí ta cororí
sar jamén.
Kántu sam bibaxtalé
ménge tu déssa le láu par te rovás,
kántu sam kontán
ménge tu déssa le láu par te sas,
kántu si-amén bróxa te garavássa men
tu, cib marí, déssa ménge ne vast.

But pirdál ménca
pren sa le dromá do vélto,
sálas i jag da maré giljá,
ma kaná
andrén kalá džungalé pláse
kaj cidéna men le gadžé
tu meréssa ne písla óni divés,
sar jamén.

Se našavássa tu
nínge jamén sam našadé.
Šunén cavalé,
šun ternibén,
maré puré Sínti
mukjén-le ménge
kajá šukár, gulí cib.
Na bistarás la,
sikavás la kaj maré cavé,
indžarás la sémpar ménca
sar o kórkoro braválimo
ke si-amén.

Esta poesia foi escrita (em 1999) por Sergio Franzese, nascido em Torino (Turim), Itália no ano1958. no idioma dos Sintos Piemonteses, com os votos de que eles não se esqueçam da língua de seus pais. Infelizmente sei que se trata de votos tardios, já que o abandono da língua materna se constitui enfim num processo irreversível nesta fase histórica. No nosso mundo tomado pelo capitalismo e pelo consumismo, as pessoas aprendem línguas somente se estas lhes são úteis. Talvez seja necessário começar a entender que se pode aprender (ou reaprender) uma língua para servir a ela, para fazer com que ela não morra, mas continue a existir como uma parte importante da identidade de um povo...

Levantem-se Rons


Viajei ao longo de muitas estradas,
E encontrei Ciganos felizes.
Digam-me de onde vem
Com suas tendas
Nestas estradas do destino?
Oh, Rom,
Oh, jóvens Rom.
Eu também tinha uma grande família,
Mas a Legião Negra a exterminou;
Venham comigo, Rom do mundo inteiro,
Percorreremos novas estradas.
É hora, levantemo-nos,
É chegado o momento de agir. 
Oh, Rom,
Oh, jóvens Rom.

Em Romani:

Djelém djelém lungóne droméntsa,Maladilém baxtalé Rroméntsa.
Ah, Rromalé, katár tumén avén,
E tsahréntsa, baxtalé droméntsa.
Ah, Rromalé,
Ah, Chavalé.
Vi man sasí ekh barí famílija,
Mudardá la e Kalí Legíja;
Avén mántsa sa e lumnjátse Rromá
Kaj phutajlé e rromané droméntsa.
Áke vrjáma, ushtí Rromá akaná,
Amén xudása mishtó kaj kerása.
Ah, Rromalé,
Ah, Chavalé.


Autoria Desconhecida

Nascimento no acampamento




Nascí entre as velhas tendas,
em meio ao falar dos Ciganos
que narram à luz da lua
a fábula de uma branca cidade distante.

Nascí na miséria, entre os campos
ao longo do Beli Vit, sob plangentes salgueiros,
onde a angústia aperta os corações
e a fome pesa no saco de farinha.

Nascí num dia triste de outono
ao longo da estrada envolta em neblina,
onde a necessidade chora junto aos pequeninos
e a dor destila quente entre os cílios.

Nascí, e minha mãe morria.
O velho pai me lavou no rio:
por isso é forte hoje o meu corpo
e o sangue me escorre dentro impetuoso.


Usin Kerim, Cigano búlgaro nascido em 1929, durante uma parada da caravana às margens do rio Vit. A poesia a seguir faz parte de uma série de composições autobiográficas. Nesta ele narra o momento de seu nascimento, que coincide com a morte de sua mãe...

Liberdade



Nós Ciganos só temos uma religião: a liberdade.
Em troca dela renunciamos à riqueza, ao poder, à ciência e à sua glória.
Vivemos cada dia como se fosse o último.
Quando se morre, se deixa tudo: um miserável carroção ou um grande império.
E nós cremos que naquele momento é muito melhor termos sido Ciganos do que reis.
Não pensamos na morte. Não a tememos, eis tudo.
O nosso segrêdo está em gozar a cada dia as pequenas coisas
que a vida nos oferece e que os outros homens não sabem apreciar:
uma manhã de sol, um banho na nascente,
o olhar de alguém que nos ama.
É difícil entender estas coisas, eu sei. Ciganos se nasce.
Gostamos de caminhar sob as estrelas.
Contam-se coisas estranhas sobre os Ciganos.
Dizem que leem o futuro nas estrelas
e que possuem o filtro do amor.
As pessoas não creem nas coisas que não sabem explicar.
Nós, ao contrário, não procuramos explicar as coisas nas quais cremos.
A nossa é uma vida simples, primitiva.
Basta-nos ter o céu por telhado,
um fogo para nos aquecer
e as nossas canções, quando estamos tristes.

Spatzo (Vittorio Mayer Pasquale)
Spatzo na língua dos Sintos Estrekárja significa "passarinho, pardal", um apelido que nos traz aquele senso de liberdade frequentemente relembrada por este poeta que, no decorrer da sua vida, conheceu momentos de intenso sofrimento. Através de suas poesias, diante das adversidades da sorte, Spatzo demonstra que soube conservar intacta aquela alma cigana, feita de coisas símples e imediatas.

No vinho está a verdade (Ánde mol hi o chachipé)






No vinho está a verdade
e todas as minhas manhãs
toda a minha tristeza e a minha sorte
as minhas lágrimas, a minha riqueza,
os meus amores, a minha saúde.
Não tenho mais ninguém no mundo,
não tenho amigos,
me restou só a tenda,
os meus violinos quebrados,
os meus ventos matutinos.
Esqueci o tempo
em que estava sóbrio
a minha razão a levou o vinho.
Quando morrer
também estarei embriagado.
Para os outros não fica bem,
mas para mim está bem assim.

Em portugues:

Ánde mol hi o chachipé
i sa me tehariná
sa mi túga the mi bax,
me asvá, mo barvalipé,
mi ljubáv, mo sastipé.
Man víshe níko ináj po thém,
ináj ma amalá,
josh sámo achilá mi tsáhra,
me ichardé chemáne,
me teharináke bahvaljá.
Bistardém kaná trézno semá
mo razúm e mol lijá.
Kaná meráva, mató ka aváv.
Pála nikaté ináj shukár,
mánge hi shukár i gadijá.

Semso Avdic, Rom xoraxanó nascido em Banja Luka aos 11/2/1950, em uma família já sedentarizada.
Tornando-se adulto, Semso decidiu fechar para sempre a porta de casa e tornar-se novamente nômade, realizando assim um sonho que tinha desde menino.
Vive em perfeita coerência com a vida que escolheu, partilhando alegrias, ansiedades e dores com sua gente, mudando-se de país para país, sofrendo frequentemente as contrariedades e as humilhações que a sociedade dos gadjê impõe a quem vive de maneira diferente.
Vencedor do terceiro prêmio de poesia na edição de 1986 do concurso "Nosside"(Messina), exprime através de palavras simples sentimentos profundos e intensos.

Nascimento no acampamento


Nascí entre as velhas tendas,
em meio ao falar dos Ciganos
que narram à luz da lua
a fábula de uma branca cidade distante.

Nascí na miséria, entre os campos
ao longo do Beli Vit, sob plangentes salgueiros,
onde a angústia aperta os corações
e a fome pesa no saco de farinha.

Nascí num dia triste de outono
ao longo da estrada envolta em neblina,
onde a necessidade chora junto aos pequeninos
e a dor destila quente entre os cílios.

Nascí, e minha mãe morria.
O velho pai me lavou no rio:
por isso é forte hoje o meu corpo
e o sangue me escorre dentro impetuoso.


Usin Kerim, Cigano búlgaro nascido em 1929, durante uma parada da caravana às margens do rio Vit. A poesia a seguir faz parte de uma série de composições autobiográficas. Nesta ele narra o momento de seu nascimento, que coincide com a morte de sua mãe...

Uma trágica noite (Rac saví ni bistarav)







Dormia no meu carroção

quando ouvi alguém gritar,
levantei-me pronto para fugir
mas me chamaram por nome,
eram os policiais.
Via os meus meninos
a dormir docemente
peguei nos braços o menor
deixando sua caminha molhada,
precisava escapar? que fazer?
não era a primeira vez,
aquele pequenino não chorou
deitou-se entre meus braços
abriu as mãos
mas por medo
fez xixi na terra.
No coração senti então forte o peso
do destino dos Ciganos,
pela primeira vez blasfemei
por ter nascido azarado
e por ter nascido Cigano.


Em romani:

Sováv ánde mi kampína
ashunáv avrí, varéko galamí,
ushtilém sa chidén pe te ladén,
den ma muj po anáv
e pachardé tradén.
Dikháv me chavrrén
sar guglé sovén
e naj tsiknorré vazdáv
achilá lésko thán chingó,
morá te ladá? so te kerá?
ináj prvo drom, ni merá.
Ali gejá tsiknorró
ni asvín ni muklá
iziló ánde mi angáli
e vah phutardá
tála péste darátar o than mutardá.
An dji pharipé pelá mánge
e rroméski bax, akushlém prvo drom
kaj sem bijandó bibaxtaló
the kaj sem bijandó sar Rrom.

Semso Avdic, Rom xoraxanó nascido em Banja Luka aos 11/2/1950, em uma família já sedentarizada.
Tornando-se adulto, Semso decidiu fechar para sempre a porta de casa e tornar-se novamente nômade, realizando assim um sonho que tinha desde menino.
Vive em perfeita coerência com a vida que escolheu, partilhando alegrias, ansiedades e dores com sua gente, mudando-se de país para país, sofrendo frequentemente as contrariedades e as humilhações que a sociedade dos gadjê impõe a quem vive de maneira diferente.
Vencedor do terceiro prêmio de poesia na edição de 1986 do concurso "Nosside"(Messina), exprime através de palavras simples sentimentos profundos e intensos.

domingo, 16 de outubro de 2011

Embala-me nas asas de um belo sonho.




Embala-me nas asas de um belo sonho.
Beija-me amor meu... Cigano amado...
Funde teu olhar tristonho no meu risonho,
Leva-me em teu mágico corcel alado!

Faz-me tua brilhante estrela, tua nívea lua.
Nesta noite de fogueira, sedução e festa,
Ofereço minha pele alva, rósea e nua...
Girando, arrebatada e ardorosa sob a tua destra.

Bordando teu corpo na leveza dos meus dedos,
No mais alucinado, voraz e selvagem delírio,
Entre voluptosos abraços... Beijos sobre beijos,
Deste nosso tão desejado e encantado idílio.

Quero ser tua cigana... Tua bem-amada...
Me perder na tua boca macia e orvalhada,
Adormecer no teu peito... Feliz e realizada,
Despertar faminta e febril na madrugada...

Somos tu e eu, toda a beleza na nossa raça,
Desafiando, sem temor, toda a maldade nefasta.
Guerreando contra toda a injusta causa...
Bebendo bondade e amor na mesma taça!...

Marilena Trujillo

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sou apenas uma cigana


Sou apenas uma cigana, 
Não sou daqui,
Não sou de lá,
Sou de todo lugar,
Minha vida é viajar
Onde meu amor leva
Meu destino é um mistério,
Sou livre e não me apego,
Vou onde sou chamada,
Não tenho dono nem rótulo,
Apenas cativo e sou cativada,
Zelo pelo meu povo,
Trabalho por todos,
A quem quiser me conhecer,
Busque antes por Santa Sara,
Despoje-se dos preconceitos,
Vaidades e apegos,
Deixa de lado a hipocrisia,
Seja alegre por um dia,
Vista-se de cores e
Efeite-se de flores

*Alexandre Cumino

Bailo com os pés


Bailo com os pés,
com mãos no ar...
Bailo com o sorriso.
Bailo com o olhar.
Sou cigana sim...
Com as mãos bailando no ar
Minha saia rodada ergo
e com os pés sapatear.
Com meus olhos e sorriso
enfeitiço quem me olhar.
Sou cigana sim...
esperando esse homem
me enfeitiçar
e só para ele meu coração dançar...
Sou cigana sim...
gosto de bailar
com as mãos no ar.
Com meus olhos e sorriso
fico a enfeitiçar...

*Ana Maria

Minha Cigana



Eia Cigana! - Levanta, sacode a poeira!
Faz da tristeza… Mais uma grande festa…
A noite está chegando… Vestida de luz.
Dança… Que a vida é uma eterna festa
Eia Cigana! - Pula mais esta fogueira!
Desatando todos os nós da agonia…
Dança cigana… Dança eterna guerreira!
Mostra ao mundo toda a tua alegria!…
Eia Cigana! - Beija o teu amor!
Ele espera ansioso a tua chegada…
Louco, desvairado… Pura brasa!…
Para te amar até a madrugada!
Eia cigana!
Dança… Gira… Baila, Sorria cigana bonita!… 

Mary Trujillo

Venho à ti, meu gadjô



Venho a ti, meu gadjô, eu sou cigana 
estende então para mim a tua mão
sabes bem que eu conheço a natureza humana
sendo assim eu bem mereço ler teu coração... 
vejo as linhas do destino
eu vejo os teus montes
a linha da tua mente
a tua alma forte
hoje esta cigana é tua
meu doce gadjô
hoje eu vou desvendar a tua bela sorte!
e à beira da fogueira iremos sentar
vendo então a luz da lua
deitar sobre a tenda
e mais tarde para ti
sei que irei dançar
os meus cabelos ao vento
e as saias de renda...
então,hoje eu venho a ti
com coloridos trajes
com os olhos marejados de alegria
vamos viver de emoção antes que seja tarde
vamos sonhar que seremos felizes um dia"..

Yordana Natasha

domingo, 24 de julho de 2011

Minha voz ecoam nas montanhas





Minha voz ecoa nas montanhas volta aos meus sentidos, 
Sinto-me sozinho, mas! 
Preenchido a voz que vai, ecoam e volta me trazendo a resposta que tanto busquei, 
Que tanto procurei em meu silêncio, buscando as respostas de lágrimas escorridas em meu rosto cansado pelos anos, 
Pela idade,  pelas experiências que pouco valeram que se misturaram à doutrinas,
religiões, livros e multidões. 
A voz que me trouxe a resposta foi a mesma que me levou, e me disse assim: 
O silêncio vale ouro, a experiência vale pouco em muitas situações e 
Doutrinas são muitas vezes vans ensinamentos e só o Amor é capaz de mudar e transformar a humanidade. Dinâmica: É no silêncio que ouvimos a voz do coração, 
a voz interior, a voz do espírito da grande sabedoria, a voz de Deus basta clamar que ele mesmo que das montanhas responde devído sua uni valência, uni presença e sua unipotencia, mas clame ! Ele ouvi e sempre ouvirá. 

Cigano Valentim 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Abram bem os olhos, agucem os ouvidos...


Abram bem os olhos, agucem os ouvidos...
Sou cigana guerreira, indomável, destemida!
Não temo noite escura, nem laço armado!
Nada temo... Nesta minha nômade vida!

Acheguem-se os bons, os justos, os de paz!
Calem-se os néscios, os falsos e malfeitores!
Sou do bem... Mas sei ser veneno também!
Já vi muitos cordeiros cruéis e ditadores!...

Trago nas entranhas absurda valentia!
Fui batizada com a energia da lua cheia!...
Que importa perder mais esta passagem?
Meu Deus é meu escudo, minha candeia!...

Unam-se inimigos perversos e vorazes!
Camuflem suas maléficas intenções!...
Nada deterá meus passos rumo ao ideal.
Os deuses abençoam minhas aspirações!

Uma cigana nunca cai, jamais perde a luta!
Cinjo-me com o fogo das deusas vestais,
Com o manto de São Jorge Guerreiro!...
Santa Sarah Kali me defende de Satanás!

Abram bem os olhos... Agucem os ouvidos.
O mal que se faz, volta; volta sem piedade!
Sua volta é um vulcão que a tudo varre!...
Eliminando toda vil intenção e iniqüidade!

Confabulem, planejem enquanto há tempo...
Esta cigana seguirá serena, amada e feliz!
Dançando, sorrindo, fazendo muitos amigos.
Sem se deixar abalar por atitudes hostis!

Vejam... Olhem-me bem... Estou de pé!
Cheia de saúde... Amor... Paz e alegria!...
Jamais me deixarei levar pela mesquinharia.
Tenho proteção... Deus me faz companhia!

* Mary Trujillo

Vem dançar comigo






 Vem cigano dançar comigo,
A noite é mágica, quero festa!
O mundo girando, o luar brilhando

Seus olhos de mistério,
Meu corpo embalando...
Dança cigano, gira sem parar,
Não importa onde tudo irá terminar...

Hoje só quero a vida celebrar,
Numa torrente de encanto me deixar levar...
Além do horizonte, pelo ar, música
Vibrando, sangue nas veias, no meu olhar...

Que o amanhã, não exista,
Que o véu seja tirado...
Sonhemos hoje, acordados...

Mary Trujillo

Voltei meu cigano!




Há quantas eras nos queremos minha vida?
Voltei meu cigano, sou teimosa, voltei!...
Uma cigana nunca desiste, ama e insisti.
Você é meu, eu sei, eu sei, sempre o amei!

Na boca trago o beijo da saudade milenar.
Venho disposta a enlouquecer, quero amar!
Na minha dança frenética, quero prender
Seu corpo, beber seu licor, até o sol raiar!

Que essa fogueira seja eterna, luzindo, 
Refletindo todo o desejo que nos queima.
A festa é nossa, o resto? – Pouco importa.
Sou sua cigana aquela... Doce e pequena...

O tempo passou, mas seus olhos são
Os mesmos, a paixão ainda está neles.
Tudo é tão mágico, insólito, tão quente...
Fascinada me vejo em seus olhos verdes.

Vai cigano, confessa, agora será para sempre.
Chega de adiar, negar o que o coração sente.
Pagamos o pecado, solidão de todas as vidas.
Sina cumprida, nova existência, alegria presente!

Viva nos dois viva o amor, o Criador!
O céu que nos assiste, a estrela guia!
Essa música que nos envolve e inebria!
Viva a nossa redenção, vida minha!...

Marilena Trujillo

Sonho Cigano




Embala-me nas asas de um belo sonho.
Beija-me amor meu... Cigano amado...
Funde teu olhar tristonho no meu risonho,
Leva-me em teu mágico corcel alado!

Faz-me tua brilhante estrela, tua nívea lua.
Nesta noite de fogueira, sedução e festa,
Ofereço minha pele alva, rósea e nua...
Girando, arrebatada e ardorosa sob a tua destra.

Bordando teu corpo na leveza dos meus dedos,
No mais alucinado, voraz e selvagem delírio,
Entre voluptosos abraços... Beijos sobre beijos,
Deste nosso tão desejado e encantado idílio.

Quero ser tua cigana... Tua bem-amada...
Me perder na tua boca macia e orvalhada,
Adormecer no teu peito... Feliz e realizada,
Despertar faminta e febril na madrugada...

Somos tu e eu, toda a beleza na nossa raça,
Desafiando, sem temor, toda a maldade nefasta.
Guerreando contra toda a injusta causa...
Bebendo bondade e amor na mesma taça!...

Marilena Trujillo

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tenda Cigana (tsara cigana)




Existem duas tendas em minha vida
Uma é feita de cetim colorido
Nas paredes pendem laços de fita
Ao fundo uma roda de carroça simboliza as terras percorridas

O chão é de terra, para com a natureza entrar em comunhão
Em um cantinho guardo pertences queridos
As castanholas, o pandeiro, violino e violão
Símbolos sagrados de um povo sofrido, mas que traz a alegria como principal condição

A outra tenda é feita de pensamentos e energia
Morada do meu espírito ,da alma em crescimento
As paredes são feitas de sentimentos de alegria
O fundo é feito de sublimes anseios

Em um canto cultivo a devoção a Santa Sara, do meu povo a padroeira
Ao centro tenho a força de Deus , sublime proteção
Sou cigana queimo as tristezas numa fogueira
Tenho duas tendas , uma da mente outra do coração

Jade Camargo