terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cigana, pitonisa do meu destino


Cigana, pitonisa do meu destino 
Alimentadora do meu coração
Nas mãos procuras caminhos 

Nos traços, patinas aventuras
Envolvente em teu linguajar 

Esperanças a alimentar...
Ases, reis, damas, valetes, coringas 
Bailam no ribombar das previsões
Incutem valores, certos amanhãs 

Predizem malfadas estórias, aventuras
Cavalgas em ilusórias hastes mentirosas 

Profetizas terrores, encantos, ternuras...
Cigana, gestos místicos, entonações 

Mulher, germinas suspenses a dor
Explorando, oferecendo nos dizeres 

Sustos e anseios cheios de amor
Numa fantástica argúcia inventas 

Crias tudo, insinuando força, poderes
Jogo de cartas místicos, enganadores... 

O que será meu amanhã?perguntam 
Ela com a bola de cristal, mirando
As peças, montadas, contando 

Olhos parados, sofisticados
Em querer ler tais passados 

Prever amores desencontrados...
Acendendo velas, na mistificação 

Fica somente, encarando, ludibriando
Cigana, mágoa das incertezas 

Das correntes, das almas presas
Mas orgulho dos que acreditam 

Nas esperanças que profetiza...
E, nas danças que tu deslizas 

Qual espanhola assim vestida
Num eco a te pronunciar 

Tu, cigana, bailas serena
Na mulher que se fantasiou 

Na cigana, que enganou...

Myriam Peres 

Nenhum comentário:

Postar um comentário